MAIS TRÊS. E A VOZ. Mais três poemas de Quintana. E esse vídeo com a voz dele p

MAIS TRÊS. E A VOZ.

Mais três poemas de Quintana. E esse vídeo com a voz dele próprio, falando que a poesia é um reconhecimento do mundo, um reconhecimento de si.

Como em Remissão (post anterior), em que o telescópio microscópio raio-x estetoscópio estroboscópio de Quintana nos mostra o perdão íntimo inexplicável contido na soma dos quilômetros de limpidez do céu azul de um lindo dia.

RELÓGIO

“O mais feroz dos animais domésticos
é o relógio de parede:
conheço um que já devorou
três gerações da minha família.”

MATINAL

“O tigre da manhã espreita pelas venezianas.
O vento fareja tudo.
Nos cais, os guindastes domesticados dinossauros – erguem a carga do dia.”

A RUA DOS CATAVENTOS

“Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!”

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Agradecimentos à Biblioteca Mario de Andrade. ?

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Publicado no Instagram do @_dharmalog. Siga aqui

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