“Não existe Samsara (sofrimento) separado dos seus próprios pensamentos. O Samsa

“Não existe Samsara (sofrimento) separado dos seus próprios pensamentos. O Samsara é baseado nos pensamentos, é feito pelos pensamentos.”
// NAGARJUNA (séc. II)

A gente fala em Samsara como se fosse algo fora, o mundo externo e suas loucuras, correrias e ilusões. Como a Matrix, com seus agentes todos, as máquinas, as perseguições e automatismos. Mas é tudo alegoria do mundo interno, que é onde nasce o movimento todo das aparências e ilusões.

O Samsara é criado em casa, em nossa casa interna, em nossa mente.

Na próxima crise que você tiver, perceba o papel que seus pensamentos têm na geração do seu sofrimento. E por pensamentos estamos incluindo qualquer coisa que apareça em sua mente:

“Pensamento inclui apego e aversão. Um pensamento por sua própria natureza envolve uma atitude de selecionar e excluir. Cada pensamento é esperança e medo. A esperança e o medo são dolorosos, no sentido de deixá-lo inquieto. Implícita na esperança está a ideia de que “ainda não consegui”. Isso é doloroso, não é? Da mesma forma, o medo é acompanhado pelo pensamento: “Pode acontecer e eu não quero”. Isso também é doloroso; isso também é sofrimento. De um modo geral, de uma perspectiva do Dharma, liberdade ou libertação significa livre do Samsara.” (Chokyi Nyima Rinpoche)

Por isso a meditação é tão importante, com sua prática de relaxar a mente e libertá-la de todo movimento conceitual. Como chegar a essa liberdade estando em movimento e se baseando o tempo todo no próprio pensamento? Mesmo que você medite só pra ficar “mais calmo”, realmente não há uma maneira genuína de estar mais calmo se não estivermos treinando a mente para a libertação do Samsara.

Para contemplarmos.

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11 Comments

  1. says: ferraciolli09@hotmail.com

    A diferença entre samsara e nirvana é epistemológica e não ontológica. Nagarjuna deixa isso bastante claro nos Versos Fundamentais do Caminho do Meio (Mulamadhyamakakarika) e na Dissolução das Controvérsias (Vigrahavy?vartani), notadamente ao afirmar textualmente que “samsara é nirvana”. Pode-se, enfim, afirmar, que existe outro mundo e que ele está neste.

  2. says: ferraciolli09@hotmail.com

    Considerações:
    [1] Redigi a crônica como atividade discente da graduação em filosofia.
    [2] Eis os temas, dos quais deveria escolher um, mas resolvi abarcá-los todos.
    [3] Sobre a invocação das musas, vide A Odisseia, de Homero, é Como Superar seus Limites Internos, de Steven Pressfield. Calíope é a musa inspiradora dos poetas. “Em vão se dirige a porta das musas quem tem o domínio de si”, lembra-nos Platão.
    [4] Cronos é uma das possíveis
    representações do tempo
    cronológico, aquele que a tudo devora, o grande alkahest. Eu estava em vias de ser devorado.
    [5] Aqui, a sempre presente inspiração nietzschiana (vide Assim
    Falava Zaratustra).
    [6] O jarro de Pandora pode ser compreendido como uma alegoria para a mente, para o coração ou para o espírito humano (em japonês, “shin” é o termo que designa mente, coração e espírito). Em O Idiota, de Dostoievski, há uma sublime passagem na qual se diz que “só quem não tem espíritos é que diz verdades”,

  3. says: ferraciolli09@hotmail.com

    …o que pode ser compreendido como o total esvaziamento do jarro (mente, coração e espírito), no qual nem mesmo a esperança permanece cativa. Quando nos desesperançamos, quando abdicamos dos ideais metafísicos, permitimos à esperança que parta. Assim, nossa vida ganha em autenticidade, pois ela se presentifica.
    Assim, o “jarro expungido” é a mente, o coração e o espírito libertos de amarras, de medos e de fantasmas.
    [7] No coração vazio (“mushin”) de esperança, de medos e de ansiedade, cabe o mundo com todas as suas vicissitudes, idiossincrasias, enfim, com todo o seu devir, pois aqui se instala a propria vivência ou o experienciar como autenticidade, e a tomada da própria vida como a obra de arte do vivente, seu projeto ou acontecer estético.
    [8] O tempo acaba não apenas pela conclusão da tarefa, mas, sobretudo, porque aquele que habita o agora não reconhece passado e futuro, não está sujeito a ação de Cronos, não pode ser devorado pelo tempo, pela vida, mas a devora, a degusta e experiencia, livre do mental, livre de narrativas que constituem o “eu”, nosso tacanho fantasma que teme à morte.

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