“O grande problema da consciência é o problema de explicar porque qualquer estado físico é consciente ao invés de inconsciente. É o problema de explicar porque há “algo que é como” para um sujeito em experiência consciente, porque estados mentais conscientes “iluminam” e diretamente aparecem ao sujeito. Os métodos usuais da ciência envolvem explicar as propriedades funcionais, dinâmicas e estruturais – a explicação do que uma coisa faz, como muda ao longo do tempo, e como é criada. Mas mesmo depois que explicamos as propriedades funcionais, dinâmicas e estruturais da mente consciente, ainda podemos perguntar verdadeiramente “O que é a consciência”? Isso sugere que a explicação da consciência tenha que ir além dos métodos usuais da ciência. Portanto a consciência apresenta um problema difícil para a ciência, ou talvez marque os limites do que a ciência pode explicar. Explicar porque a consciência acontece ou existe pode ser contrastado com os chamados “problemas fáceis” da consciência: os problemas de explicar a função, dinâmica e estrutura da consciência. Essas características podem ser explicadas pelos métodos tradicionais da ciência. Mas isso deixa aberta a questão do porque há algo como isso para o sujeito quando essas funções, dinâmicas e estruturas estão presentes. Esse é o problema difícil.
Mais detalhadamente, o desafio surge porque não parece que em aspectos qualitativos e subjetivos da experiência consciente – como a consciência “sente” e o fato que é diretamente “para mim” – se encaixa na ontologia fisicalística, uma que consista apenas dos elementos básicos da física mais as combinações estruturais, dinâmicas e funcionais desses elementos básicos. Parece que mesmo a especificação completa de uma criatura em termos físicos deixa sem resposta a pergunta se ela está ou não consciente. E parece que podemos facilmente conceber criaturas fisica e funcionalmente exatamente como nós, mas que não possuem consciência. Isso mostra que a explicação física da consciência está essencialmente incompleta: deixa de fora o que é ser o sujeito, para o sujeito. Parece haver um vão explicativo irreconciliável entre o mundo fisica e a consciência. Todos esses aspectos tornam o problema difícil.”
~ “Hard Problem of Consciousness” [Internet Encyclopedia of Philosophy], O Problema Difícil da Consciência, por Josh Weisberg (Universidade de Houston, EUA)
O problema difícil da consciência: porque qualquer estado físico de uma criatura é consciente e não inconsciente?
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Essa é “A questão” que com certeza, esta no limite de nossa compreensão. Se nossa consciência fosse “tão simples” a ponto de sermos capazes de entende-la, seriamos “tão idiotas” que nunca a compreenderíamos…*&$*&%*.
Na minha mera visão particular a solução está na própria não dualidade do ser, como salienta SS o Dalai Lama, todos queremos a felicidade e evitamos o sofrimento, nisso a consciência é comum a todos os seres. Sobre este principio surge toda a natureza em suas várias manifestações.
B Alan Wallace, cientista e mestre budista trata da questão de como foclizar diretamente a consciência. A introspecção/meditação é o instrumento, assim como o telecópio é o meio de conhecer o espaço. Pela introspecção a consciência conhece a si mesma. Desde a física das pequenas partículas, não há mais como excluir o sujeito do constexto da observação.Veja “A Dimensão Escondida”, de B Alan Wallace. Grande do Sul promovendo um retiro sobre a “experência da consciência primordial” a partir do Vajra Heart Trantra.
Não creio que a consciencia pode ser objeto de estudo, a Consciencia nao e movimento ela e o “espaço” onde a conscientizacao , que e movimento ,
ocorre, nao ha acumulo pois isto seria memoria