A única coisa que devemos ter medo…

É o próprio medo? Nessa boa entrevista ao O Globo, o jornalista canadense Dan Gardner fala dos problemas da gripe suína que não são, tecnicamente, da gripe, e sim do homem e seu cérebro da Idade da Pedra, da mídia e do marketing do medo. A mídia, aqui, um substantivo que significa o repórter, o editor, os interesses de uma empresa por exemplo jornalística, e o público que lê.

(…) Quanto à mídia, tive uma experiência curiosa: tendo publicado um livro em que eu criticava reações excessivas aos riscos, fui chamado por jornalistas do mundo inteiro para comentar a reação oficial à gripe. Respondi como acabo de responder para você — e, na maioria dos casos, ninguém queria me botar no ar. Não fiquei nada surpreso. Quase sempre, era claro que o jornalista queria que eu assumisse o papel do zombeteiro — “Isso não é nada demais! Parem de espalhar o medo!” — e quando eu me recusava, eles me agradeciam e desligavam. É um grande problema da mídia. Os repórteres muitas vezes retratam os assuntos como uma questão de escolha binária entre duas posições extremas. Nesse caso, o H1N1 deveria ser ou uma grave ameaça que nos mataria a todos ou uma coisinha de nada. respostas que ficam entre esses dois extremos tendem a ser ignoradas.
~ Dan Gardner, sobre gripe suína e medos atuais

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