Roer a corda pra viver.

Matar a burrice com bossa. Botar a sede pra secar. Sentir a fruta se abrindo. Arder nas nuvens. Sonhar. Olhar o pássaro cair. Seguir a trilha além do ar. Torcer a fala até falir. Ouvir o Tom ao pé do mar. Beber num beco o anoitecer. Negar a luz do seu olhar. Morrer de rir até doer. Luzir na dor sem envergar. Içar as velas com a voz. Dizer talvez pra confirmar. Fundir a cuca de um só lado. Deixar o zen arrepiado. Colher os louros com as mãos. Sair sorrindo de um lugar. Nicas pros entes vazios. Pisar as pedras dos rios. Dormir. Acordar em Lumiar. Dar um rolé na mancada. Usar a expressão errada. Reinventar o parangolé. Lamber o prato. De agenda marcada, flanar. Pegar o prazer no faço. Amar. Roer a corda pra viver. Sumir do mapa até ficar.
~ Ledusha Spinardi, no encarte do disco “Juventude/Slow Motion Bossa Nova”

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